terça-feira, 9 de junho de 2009

Profecias na actualidade

O desfasamento entre o ritmo de evolução do computador e do Homem é preocupante. O trailer que se segue alerta-nos para a real dimensão do problema Kapitaal

Há já indícios ou tentativas de abrandar a emersão do mundo dos signos e a imersão da humanidade. Mas, tal como podemos observar neste pequeno trailer parece ser um processo irreversível. Did You Know?

Curioso é pensar que a origem deste processo está a utopia de um mundo melhor, onde o Homem seria liberto pelas máquinas para se dedicar apenas a trabalhos criativos. Chomsky&Foucault

Jeff Buckley - Hallelujah



Para quem visualizou o filme Basquiat reconhecerá seguramente esta música. Dedico-a a todos os meus alunos, principalmente para os dotados de sensibilidade estética necessária na apreciação de pequenos detalhes e grandes feitos, as substâncias da vida e pelas quais valerá sempre viver.

domingo, 24 de maio de 2009

A arte

Pela arte o Homem regista o indizível.

"Se tivéssemos uma verdadeira vida não teríamos necessidade de arte. A arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente. Será que a arte não é mais do que uma confissão da nossa impotência?"

Wagner in “Carta”


quarta-feira, 20 de maio de 2009

A necessidade de uma nova ética


Sempre estivemos dentro de um sistema de poder, afirma Foucault. O importante é procurar formas e possibilidades de individualização dentro do sistema. A vontade de pensar na preocupação do indivíduo constituir-se autónomo e distinto, deve culminar na onstituição de uma nova ética.
A ética para os gregos é como uma estrutura da existência, sem referência ao jurídico ou ao que é obrigatório, sem cariz teleológico nem visão de sexualidade. Para os gregos a questão era: você é escravo ou senhor dos seus desejos? O problema para eles era de moderação e não tanto de desvio moral. Foucault procura distinguir o comportamento real das pessoas do código moral que é-lhes imposto. Entre o código que determina que os actos sejam permitidos ou proibidos e o código que determina o valor positivo ou negativo de comportamentos diferentes possíveis e, ainda, o tipo de relação que se deve ter consigo próprio, é o que Foucault chama de ética. É a ética que determina como o indivíduo se constitui como sujeito moral de suas próprias acções.

sábado, 9 de maio de 2009

Paradigmas

Thomas Kuhn, célebre historiador da ciência, falecido em 1996, mudou por completo a noção que se tinha sobre o progresso científico.
Anteriormente, pensava-se que a ciência progredia de forma contínua, por melhoramentos consecutivos, que iam sendo adicionados por sucessivos cientistas.
Na sua célebre obra A Estrutura das Revoluções Científicas (1962) defendeu que os grandes progressos da ciência não resultam de mecanismos de continuidade, mas sim de mecanismos de rotura.
Uma ciência que evolui de forma contínua atravessa uma etapa do seu desenvolvimento em que se considera que constitui uma Ciência Normal. Durante esse período, o mundo ao qual essa ciência se aplica é visto por todos os seus praticantes segundo uma mesma perspectiva. Todos vêm o mundo da mesma maneira.
A certa altura, alguns dos praticantes dessa ciência começam a descobrir contradições internas e chegam à conclusão de que a forma de ver o mundo em que essa ciência de baseia não é adequada. Começam a descobrir que o mundo devia ser olhado de outra maneira. Às diversas formas de ver o mundo, Kuhn chamou paradigmas. Quando alguém descobre um paradigma distinto, sobre o qual é possível basear o desenvolvimento duma ciência, diz-se que a ciência é, durante esse período, uma Ciência Revolucionária. Um paradigma é, para Kuhn, o campo ou o ambiente intelectual e tecnológico no qual o cientista desenvolve, num dado momento histórico, o seu trabalho.
Mas perante a pergunta a que se deve o triunfo de um novo paradigma? Kuhn responderia que o triunfo de um novo paradigma pode dever-se a uma grande variedade de factores, como o prestígio pessoal de um cientista; as amizades influentes no mundo das finanças e da política, entre outras. Para que uma nova teoria se imponha, o seu inventor deve ter uma posição relativamente elevada na hierarquia universitária e facilidade no acesso a financiamento para a investigação. São inúmeros os factores que podem garantir a consagração de um novo paradigma, mas poucos são os científicos.
Saiba mais em: http://filosofia.projectos.esffl.pt/T_Khun/Paradigmas_Khun.pdf
Para entender um pouco melhor sobre a magnitude de um paradigma, veja este pequeno documentário: http://www.youtube.com/watch?v=wcSk8h2WZxU

A obra de Sigmund Freud

Ao dobrar o novo século, um Freud renascido das cinzas chegaria à conclusão de que estava certo. A insustentável leveza da sociedade actual, incapaz de se dar tempo para explorar a sua caverna de Platão e encontrar a saída, resultou na negação cega de qualquer mal-estar (pulsão de morte) e na crescente fuga para a frente. Tendências destrutivas, exibição ou colagem a símbolos de poder (arsenal bélico, carros, mansões, aparecer na tv, em revistas cor-de-rosa ou ao lado de alguém influente) e a sexualização de tudo resumem-se, à lupa freudiana, a óbvios e compulsivos mecanismos de defesa. O tempo deu-lhe razão. O sexólogo Júlio Machado Vaz, 56 anos, autor de O Sexo dos Anjos, revisitou o baú de Sigmund e descobriu, com "amarga consciência", que As explicações Sexuais dadas às Crianças se mantêm, infelizmente, actuais, persistindo sem resposta a questão colocada na carta aberta que Freud escreveu em 1907: "Que se pretende quando se deseja esconder às crianças explicações sobre a vida sexual dos seres humanos?"
Mas a ciência contrariou-o. Consumou a perda de universalidade do complexo de Édipo (o "pecado original", abordado na antropologia das sociedades tribais) e minou a teoria do inconsciente (formado por impulsos agressivos e sexuais), ao exigir que fossem executadas, seguindo o formalismo do método experimental, os protocolos cientificos que a validassem.
Hoje, são cada vez mais os clínicos de outras correntes terapêuticas que lhe apontam lacunas. Rui Pedro Borges, 45 anos, psicólogo sistémico, aponta três revoluções que Freud simplesmente atirou para debaixo do tapete persa: "O modelo evolucionista de Darwin (as variáveis externas à psique), o princípio da relatividade de Einstein e a teoria da Gestalt (concepção humana relacional e grupal, além de psíquica)."
Saiba mais em: http://www.netprof.pt/
Não deixe de ver o excerto do filme sobre a sua vida, parte em que apresenta a sua tese.
http://www.youtube.com/watch?v=dQer8W_rl8A

A arte de Basquiat, chamada de "primitivismo intelectualizado", uma tendência neo-expressionista, retrata personagens esqueléticos, rostos apavorados, rostos mascarados, carros, edifícios, policiais, ícones negros da música e do boxe, cenas da vida urbana, além de colagens, junto a pinceladas nervosas, rabiscos, escritas indecifráveis, sempre em cores fortes e em telas grandes. Quase sempre o elemento negro está retratado, em meio do caos. Há também uma dessacralização de ícones da história da arte, como a sua Mona Lisa (acrílico e óleo sobre tela) que é uma figura monstruosa riscada no suporte.O período mais criativo da curta vida e da carreira meteórica de Basquiat situa-se entre 1982-1985, e coincide com a amizade com Warhol, época em que faz colagens e quadros com mensagens escritas, que lembram o graffiti do início e que remetem às suas raízes africanas. É também o período em que começa a participar de grandes exposições. http://www.youtube.com/watch?v=bj6UsZJpH9U
Aguço o apetite dos curiosos com um trecho do filme realizado por Julian Schnab. Basquiat (1996), filme inspirado na vida do artista, dirigido por Julian Schnabel, com Jeffrey Wright como Basquiat e David Bowie como Andy Wahrol. (AAR). Deixo a hiperligação onde podem visualizar um excerto do filme para aguçar a curiosidade dos mais resistentes. http://www.youtube.com/watch?v=LnI8EmaY7jE